Sobral de Monte Agraço tem uma longa e rica história. Com cerca de 900 anos de existência, o documento mais antigo que se conhece data de 01 de outubro de 1186 e refere-se à Carta de Doação pela qual o Rei D. Sancho I outorgou o reguengo de “Soveral” ao Bispo de Évora.
Com a vinda da Ordem Jesuíta para Portugal, o Cardeal D. Henrique, 1.º Arcebispo de Évora e donatário de Monte Agraço, entregou estas terras à Companhia de Jesus, que as mantiveram na sua posse até à expulsão desta ordem religiosa dos territórios portugueses.
Em 1518, o Rei D. Manuel I atribui o Foral a Monte Agraço, pelo qual são consignados as liberdades e garantias de pessoas e bens, a imposição de impostos sobre transações, as multas por delitos e desrespeito às normas, os privilégios dos moradores e de algumas pessoas e organismos em particular e, muito especialmente, a determinação dos direitos fiscais, até então desalinhados, por carência da legislação apropriada.
No ano de 1770, Joaquim Inácio da Cruz (fidalgo da Casa Real, membro do Conselho da Fazenda e tesoureiro do Real Erário) arrematou, em hasta pública, os bens e direitos do reguengo Monte Agraço, que haviam sido confiscados aos jesuítas pela Coroa portuguesa. Um ano mais tarde, o Rei D. José I fez-lhe mercê do Senhorio Honorífico da Vila de Sobral de Monte Agraço.
Joaquim Inácio da Cruz, que acrescentou ao seu nome o apelido Sobral, mandou construir um conjunto de infraestruturas a vila de Sobral de Monte Agraço não possuía nesse tempo. Para além do Solar da Família Sobral, mandou edificar a Casa da Câmara e a cadeia, o chafariz, a praça pública, de traça pombalina, estradas e pontes. Mandou fazer a pesquisa de águas nas suas terras, abrir minas para abastecer a vila e deu incentivos à fixação de fábricas. Faleceu em 1781, sem deixar descendência, passando o Morgado do Sobral para o seu irmão Anselmo José da Cruz.