As Linhas não são só para inglês ver
- Em 27 Outubro, 2021
“As Linhas não são só para inglês ver”: esta expressão popular, que vem do século XIX, foi o mote para o evento que se realizou no Núcleo de Apoio ao Forte do Alqueidão, no passado domingo, dia 24 de outubro.
O objetivo foi conciliar a divulgação das Linhas de Torres Vedras, como um património para usufruir de diversas maneiras, e a preservação e proteção de uma herança histórica e cultural pelas mãos de todos, sendo voluntários e cidadãos participativos.
O evento, que se dirigiu a famílias, teve início com as boas-vindas de Júlia Leitão, Chefe de Divisão de Educação, Cultura e Ação Social, que apresentou uma breve contextualização da Rota Histórica das Linhas de Torres, do trabalho que tem vindo a ser realizado e daquela que tem sido a política do Município de Sobral de Monte Agraço para o investimento na criação/melhoria de condições de visita e divulgação do património das Linhas de Torres Vedras.
Seguiu-se Sandra Oliveira, responsável pelo Centro de Interpretação das Linhas de Torres (CILT), que fez uma contextualização histórica das Invasões Francesas em Portugal, particularmente da 3.ª Invasão, e dos profundos impactos militares, económicos e sociais sentidos na região de Sobral de Monte Agraço e no país. Partilhou, ainda, com os presentes as atividades que o CILT desenvolve ao longo do ano, para vários públicos, nomeadamente o Explor(A)lqueidão, Partir da Guerra para a Paz e o programa educativo para escolas e grupos “Eu não sou uma história. Eu sou a História”.
O momento seguinte foi dinamizado por Sónia Ribeiro e Arlindo Silva, em representação dos grupos de recriação histórica Guerrilha de Montagraço e Companhia de Artilharia de Sobral, respetivamente. Sónia Ribeiro, presidente da Associação de Cultura e Recreio 13 de Setembro de 1913 falou do projeto de criação dos dois grupos de recriação dentro da Associação e de que modo pode contribuir para manter viva a memória e identidade histórica da comunidade. A Arlindo Silva coube a tarefa de explicar como se equipava um artilheiro, explicar pormenores do seu uniforme e qual a sua missão. Os representantes dos dois grupos de recriação trouxeram consigo um conjunto de adereços da época que o público teve a oportunidade de experimentar.
Na última parte do evento foi a vez do público infanto-juvenil assistir à representação de um conto sobre o que se viveu por estas terras, há mais de 200 anos, e como hoje, quando visitamos o património histórico e natural das Linhas de Torres, podemos ser voluntários e ajudar a preservar uma herança cultural que é de todos. Após o conto teve lugar a construção de uma pequena paliçada pelos mais novos, com a mensagem “Proteger e Preservar”.
A vereadora Carla Alves encerrou o evento, sublinhando a importância de valorizamos o facto de vivermos em paz e, por isso, não esquecermos que devemos ter uma responsabilidade ativa na cidadania e no voluntariado.
Esta iniciativa está a ser realizada nos seis municípios da Rota Histórica das Linhas de Torres e insere-se na ação de Educação Patrimonial do projeto “Rota Histórica das Linhas de Torres: Comunidade e Turismo Sustentável”, desenvolvido ao abrigo da Linha de Apoio à Sustentabilidade do Programa Valorizar do Turismo de Portugal.
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