Sobral de Monte Agraço possui um interessante património militar que se situa cronologicamente no início do século XIX, quando foi construído um conjunto de fortes e redutos de campanha com o objetivo de defender Lisboa da ocupação pelo exército napoleónico. Estes fortes e redutos, num total de 152, dividiam-se em três linhas defensivas que ficaram conhecidas na História como Linhas de Defesa a Norte de Lisboa, ou Linhas de Torres Vedras. As Linhas são, hoje, consideradas por especialistas nacionais e internacionais como o maior e mais eficaz sistema de defesa na Europa.
Sobral de Monte Agraço integrou a primeira linha de defesa, construída para proteger a capital portuguesa da ocupação francesa. Com uma extensão de 46 km, esta Linha ligava o rio Tejo (Alhandra) à foz do rio Sizandro (Torres Vedras), passando por Arruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraço e era formada por Fortes avançados, que tinham por função bloquear as estradas principais de acesso a Lisboa.
Quando concluídas, as Linhas estendiam-se no território por mais de 85km, contavam com 152 obras militares, armadas com 600 peças de artilharia e defendidas por 140 000 homens.
O desenrolar dos acontecimentos da terceira invasão francesa fez com que os Fortes de Sobral, pela posição no terreno, assumissem uma importância estratégica nos planos de Welington. Se o inimigo ultrapassasse as defesas do Monte Agraço, teria à sua disposição os itinerários interiores da Península de Lisboa e o corredor do rio Tejo, comprometendo toda a unidade defensiva. Face a esse facto, o comandante inglês criou um grande dispositivo tático de defesa na serra do Olmeiro.