A igreja de Nossa Senhora da Vida, mandada edificar em 1772, veio substituir a velha matriz da vila. Arquitetonicamente edificada à semelhança da Igreja de Santa Isabel, em Lisboa, da qual Joaquim Inácio da Cruz foi feito padroeiro pelo Cardeal, a sua construção foi dirigida por Reinaldo Manuel dos Santos, conhecido na história de Portugal por ser o arquiteto responsável pela reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755.
Construída em boa pedraria, o edifício apresenta uma nave alta e bem iluminada, com um grande arco triunfal. Possui cinco altares e um coro de três arcos. Foi dedicada ao culto de Nossa Senhora da Vida, já venerada numa anterior ermida existente na vila, há mais de cem anos.
No seu interior, observa-se um pequeno painel de azulejos que retrata um episódio ocorrido durante a sua construção, quando um dos irmãos Cruz sofreu um grave acidente enquanto visitava as obras e destacam-se, no altar evocativo da Crucificação de Cristo, as relíquias de Santa Aurélia. O dinheiro obtido com as esmolas e leilões era depositado no cofre da Santa e, depois, utilizado para fins de caridade. Serviu, por exemplo, para empréstimo a pessoas carenciadas, para o pagamento da vinda de um médico à vila e para ajudar a população a recuperar das perdas provocadas pela invasão da vila pelas tropas francesas.
Em meados do século XIX, os segundos condes de Sobral cederam esta igreja, então privada, à paróquia, devido ao mau estado em que se encontrava a antiga igreja de S. Salvador do Mundo.
Durante a instabilidade que marcou a primeira república (1919) a igreja foi assaltada e parcialmente destruída, acabando mesmo por ser encerrada e regressar às mãos dos condes de Sobral. Reabriu quinze anos mais tarde, após algumas obras de restauro.
Na década de oitenta, os 6.ºs Condes de Sobral, António e Maria Ana Passanha Braamcamp Sobral, fizeram nova doação da Igreja para servir de Igreja Paroquial.
A sua melhor alfaia é uma riquíssima custódia, depositada no Patriarcado de Lisboa.